sábado, 16 de maio de 2009

Memorial de Marcelo Monteiro – Formador do Gestar II pelo Município de Areal - RJ

Minha história de leitura
Sou Marcelo Bandeira Monteiro, nascido em Belém do Pará, mas moro no estado do Rio de Janeiro há 18 anos, residindo atualmente em Itaipava, distrito de Petrópolis. Sou graduado em Letras e pós-graduado pela UCAM, no curso intitulado Literaturas Contemporâneas de Expressão Portuguesa, o qual expandiu meus caminhos literários e me proporcionou outras formas de observar um texto.Minha trajetória de leitura inicia-se na adolescência, quando, por indicação dos professores do antigo ginásio, lia O Escaravelho do Diabo, A Ilha Perdia, O Menino de Asas, entre outros da coleção Vagalume, numa época em que os professores preocupavam-se apenas com a ficha técnica dos livros que líamos, como se isso fosse suficiente para entendermos a leitura. No decorrer desse período escolar, do qual não me orgulho nem um pouco, o processo de leitura passou de indicação a obrigação, o que significava ter os primeiros contatos com livros de José de Alencar, numa linguagem que não entendíamos. Isso foi o suficiente para que eu passasse a odiá-lo por um bom tempo. Já no ensino médio, antigo científico, para “destraumatizar”, tornei-me um leitor assíduo da obra policial de Agatha Christie. Lia uma média de 4 livros da autora mensalmente, o que, sem dúvida, me estimulou a obter uma melhor produção de texto. Passei a tornar-me exigente no momento de escrever e, a partir daí, veio a necessidade de ser um profissional das letras, o que, a princípio, significava aspirar a uma carreira jornalística. No entanto, a região onde eu morava, na época de faculdade, não me permitiu esse propósito, e não me restava alternativa no campo das letras senão me tornar professor de língua portuguesa. Hoje, com uma matrícula no Estado e outra no Município, percebo que trilhei o caminho correto. Faço com meus alunos o que não fizeram comigo: leio juntamente com eles e os estimulo constantemente a perceber o que está latente nos textos de nossas rodas de leitura. Nos poucos finais de semana livres de que disponho, assisto a filmes e a peças de teatro, e procuro ler e reler os livros de Machado de Assis, já que ele é o foco para um futuro mestrado.
Hoje não leio mais Agatha Christie, até porque os tempos são outros e tenho a sorte de ser brasileiro tanto quanto o escritor que nasceu no morro do Livramento. Machado de Assis passou a representar na minha vida literária o que há de mais importante, principalmente após ter terminado minha Especialização. Que Eça de Queirós me perdoe, mas o Bruxo do Cosme Velho vai além de qualquer expectativa e mantém o espírito de suas obras sempre atual, o que me levou, em 2008, a desenvolver um projeto sobre ele em uma feira de conhecimentos, realiazada pela minha escola estadual. O que lucrei com tudo isso? Meus alunos hoje leem Machado sem que eu lhes peça para fazê-lo. Isso já me realiza como professor.
Marcelo Bandeira Monteiro

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